soneto trágico

Içando a mão à fronte enegrecida,
De olhos quedos tombado ao nada;
Atendo a voz de mágoas embargada
Por sua Estrela assaz empedernida.

Está o infame Josino, ante a vida,
Que, adrede, aos danos seus sojugada,
Do derradeiro bem é excomungada,
Que abrandar pudera a infausta lida

Onde o labor exausto do lamento
Não cura a sua sombria e dura chaga,
E tampouco lhe acalma o momento

Que mesmo auspicioso não o afaga
De saber que esta vida é só tormento,
E que a Esp`rança é a ilusória saga...

(Queiroz Filho)

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