O Nômade e a Mariposa

Por sobre um rochedo montesino
Um nômade sem Paz ali repousa,
Da vida nada espera e nada ousa,
Só quer é esquecer o seu destino.

Pois se sentindo já um assassino,
Por ter aniquilado uma mariposa,
E agora ao vê-la só e sem esposa,
Seu ódio exclamou em desatino:

-Senhor! Matei a Vossa criatura
Que mal nenhum a mim articulou,
Tomai a minha infinda amargura!

Pois minha pobre Alma se negou
De ver esta horrenda Desventura,
E há pouco do rochedo se lançou!...

( Queiroz Filho ) 23/03/2011

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