Elisa II

Ames-me hoje, Elisa, que és bela,
Pois o carinho meu não é de moço,
Que quer roê-la qual o cão, o osso,
Dizendo que teu espelho é tagarela

E o que vês fanada em alvoroço
É só de tua vaidade, a flor singela,
Que, logo, ao tolo anseio, se atrela
De ver fugir ao tempo, teu pescoço!...

Pois este mui ingrato e ledo viço,
Há de dizer-te adeus e dar sumiço
Co'a tua auspiciosa exuberância.

Para te convenceres, meiga infanta,
Que a velhice, tão-só, aquele, espanta
Que a vida não goza com ganância!...

(Queiroz Filho)

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