Irene

Tu que deixas o meu coração mole,
E de incontáveis cravos, perpassado...
Sem ver o quanto tenho suplicado
Para que esta paixão, enfim, se isole

Na mais remota parte inconsciente
Das vias de meu cérebro obscuro.
Desprezas um carinho terno e puro
Deste que inda por ti se vê doente?

Rejeitas meus exaustos galanteios
Enquanto te debochas bem solene,
Quando me contradigo dos receios

De minha adoração sempre perene?
Pois só não lhe cobiço os leves seios,
Mas da cabeça aos pés, desejo Irene!

( Queiroz Filho)

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