Faz de Conta

Um dia me disseste envaidecida
Do nosso benfazejo faz de conta,
Dizias: - Como a vida nos apronta!...
Queria ser-te espelho nessa vida!...

E aqui com minha voz arrefecida
Pela ilusão que tanto nos afronta,
Te disse: - Menininha, és uma tonta
Em me dizer tal estória descabida!

Pois a minha imagem se sustenta
Na escuridão que ora a convalesce
De uma ânsia vil que só aumenta

A dor que o meu espírito embrutece
E quem de refleti-la, aqui se inventa,
Do amor dos infelizes, enlouquece...

13/05/11 ( Queiroz Filho )

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