Evocação*

Vens-me espectro das noites sombrias,
Vagando aos lares pútridos do mundo,
Dá-me do Éden dos porcos, honrarias
E das trevas, o poço mais profundo...

Vens-me espectro das sombrias noites,
De Epilépticas e lúgubres orgias,
Sob a Dor de flagelantes açoites
Devasse dos fétidos mortos as heregias

Quão ao transe de roucos ares, vagas,
O! Minha Egéria fúnebre d’amor fecundo,
Imune as terrestres e funestas pragas

Que habitam este meu ser moribundo,
Ao elo, guiando-me tuas gementes chagas,
De nossas carcaças, neste antro imundo...

(Queiroz Filho) * Soneto de métrica irregular, mas o único, até, então, que me rendeu um prêmio simbólico em dinheiro.

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