A Tua Culpa

Ó,vadio Sonhador das madrugadas!
Ó, errante trovador dos dissabores,
Vilão das minhas vãs horas aladas,
O que fizeste tu com teus amores?...

Despetalaste as suas frágeis flores
Lançando-as ao léu já desprezadas?
E agora geme estulto as cruas dores
Que em tua culpa foram reveladas...

Tu nem disseste a Eles o teu nome,
Mas eu bem te conheço, és meu irmão!
E sinto esta angústia que o consome...

Quiçá Deus te conceda tal perdão,
Pois condenado foste à eterna fome...
- A culpa não foi tua, Coração!...

(Laura Alves Coimbra)

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