Aleivosia

Padeço nesses dias co’a suspeita
Que o nosso vão delírio teve fim...
Se muito não te peço, ores por mim!
Ores por nossa estória imperfeita...

Tu que me foste um dia a Eleita...
Oh! Rosa imperial de meu jardim!
Levaste o meu sorriso de Arlequim
E a lágrima ruiu fria e desfeita

Ao fosso sepulcral da indiferença,
Mas eis que o meu olhar te anistia
De alguma já caquética sentença.

Pois sei que esta ingênua aleivosia...
- Já basta coração! Só me convença:
- Alguém há de amar-me algum dia!...

(Queiroz Filho)

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