Acerto de Contas

Noite velada em sonhos de agonia...
Angustia de angustias a oprimi-lo,
Estraçalhando o Espírito tranquilo
Dum mísero Coveiro ante a afasia

Ao ver que a casta cor se extinguia
Do rosto de seu filho – Bom pupilo
E herdeiro desse ofício sem estilo
Que a raça humana tanto repudia!

Mas inda sob lágrimas sem brilho
E sem esp’rar que nada o conforte,
Abarca entre os braços seus, o filho,

E detestando tudo e a própria sorte,
Vai resolver na ponta de um gatilho
As contas com a velha amiga morte...

(Queiroz Filho)

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