Sono...

Eu trago os olhos turvos de sentir
A vida em seus íntimos recantos...
Doei-me a tantos sonhos, tantos!
Que hoje já nem sei os distinguir...

Meu coração, nem ele quis ouvir
O réquiem tedioso dos quebrantos,
Regido por demônios e outros santos!...
Que me apontaram a hora de partir.

Num sono divinal, contemplativo!
Em que não se difere um ser vivo
Daqueles que já foram iniciados...

Aonde nem o Tempo em si existe,
E o próprio pensamento ali se assiste,
Crendo que nunca fomos acordados...

(Laura Alves Coimbra)

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