Albergue

À envernizada mesa se ostentava
Um carcomido e rude candelabro,
Vestia-se de enxofre o odor macabro,
Enquanto, a noite, ali, se declinava.

Uma coruja ao longe, agourava,
Do albergue, esse sinistro descalabro,
Pois lá morrera o pobre jovem glabro
A quem só o silêncio amparava:

Ó, que horrendo e trágico opróbrio!...
Um tiro disparou contra si próprio
E estrebuchou sozinho sobre o chão,

Que Deus tenha esse pobre, perdoado!...
Miolos!... Sangue!... Dor por todo o lado!
... Demônios lhe arrastam pela mão!

( Queiroz Filho)

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