Janela
Havia uma janela em meu quarto
De humanas paisagens triunfais!
Mas hoje uma janela não é mais:
Imagem natimorta e sem parto...
Prosaico muro içado à frente dela,
Cobriu-a com silêncios sem reboco...
Oh, ditatório e estático Sentinela!...
Tu queres me vetar, deixar-me louco?
Abaixo este resquício de Berlim!...
Do que me vale ter olhos sadios,
Se não terei uma luz após meu fim?
Esta parede causa-me arrepios!
Não vou hoje sair... Não estou afim,
Vou assombrar os vivos com meus tios!...
( Queiroz Filho )
De humanas paisagens triunfais!
Mas hoje uma janela não é mais:
Imagem natimorta e sem parto...
Prosaico muro içado à frente dela,
Cobriu-a com silêncios sem reboco...
Oh, ditatório e estático Sentinela!...
Tu queres me vetar, deixar-me louco?
Abaixo este resquício de Berlim!...
Do que me vale ter olhos sadios,
Se não terei uma luz após meu fim?
Esta parede causa-me arrepios!
Não vou hoje sair... Não estou afim,
Vou assombrar os vivos com meus tios!...
( Queiroz Filho )
Hahaha...excelente, o paradoxo do poeta sem janela!
ResponderExcluirMel
Valeu! Mel!!!
ResponderExcluirPoeta sem janela é dose! Mas, meu amigo, não perca a chance de metamorfose. A Poesia está nas coisas, até nessas coisas todas que temos dentro de casa. Que tal ir mais pra dentro? Faça a experiência, aceite mais essa empreitada. Aposto que quando menos perceberes, a parede de frente terá sido demolida, ou melhor, tu verás nitidamente o que existe infinitamente além dela.
ResponderExcluirMuito bom conselho, Oliveira! Preciso me achar dentro de mim! Valeu!
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