Sentido...

Nas inimagináveis vastidões
Do retumbante Cosmo criador,
Nós somos refratários embriões
Na busca dum sentido adulador...

Amamos nossos sórdidos vilões;
Chamamos de amigo, um traidor;
Ferimos os mais puros corações;
Mentimos piamente à nossa dor...

E após tantos tropeços previsíveis,
Sentimo-nos vãos seres invisíveis:
Sem rumo, amor, afeto, fé ou pão!...

Banhados de remorso estapafúrdio,
Provando o próprio vômito estúrdio,
Beijamos nosso Pai sobre o caixão...

(Queiroz Filho)


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