Soneto a mim mesma...

Que arrepiante febre te amortalha
Esplendida criança dos meus sonhos?!...
De quem herdaste estes olhos tristonhos,
Feridos em tua íntima batalha?...

Qual é o oculto medo que retalha
Os teus sorrisos fartos e bisonhos?...
Teus pobres pesadelos tão medonhos,
Fizeram-te mais leve que uma palha?!...

Em qual longínquo número perdido
De teu embaralhado calendário
Tombou o teu Espírito esquecido?

Que homem traidor, que salafrário!
Negou o seu coração, ter prometido?...
Amar quem já se foi... Desnecessário?...

(Laura Alves Coimbra)

Comentários

Postagens mais visitadas