Iminência

Quando vires da morte, o precipício,
Tragar teus ínvios sonhos execrados
Por quem do céu lançou-te aos brados,
Dizendo que o rancor será teu vício

O inferno lhe será muito propício,
Para que co' estes seres desgraçados,
Às trevas e a clausura, costumados,
Vagues como Eremita ao suplício

Do insano berrador das profundezas
Que toca a tez do cão de mil cabeças,
Lá a rir-se das humanas avarezas

P'ra que do falso Éden tu te esqueças,
Pois a Virtude é mãe das vis tristezas,
Que à vida só nos traz honras avessas...

(Queiroz Filho)

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