Lúcea

Se tu, ó bela Lúcea, enfim, me desses
O Almo Prazer, o Gozo, o Galardão
De ver que qual a mim te compadeces
Da angústia que assombra o coração!

Se a atroz ausência te não entristeces
E se este Amor é a ti uma vã ambição,
Perdoes este pérfido que em preces
Tanto implorou ao Céu esta visão!...

Visto que tu, ó terna e meiga infanta,
No oásis dos meus Sonhos elevada,
Se és coroada em tal Fortuna Santa...

É que esta alma triste e abandonada,
Co'a viva Esperança inda se espanta
De quiçá, um dia, tê-la como Amada.

( Queiroz Filho )

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