Assombro
Nas minhas solitárias madrugadas
Um espectro maligno me assombra,
Tapando-me a boca com a alfombra
De minhas ilusões tão desgraçadas...
E eis que vago por encruzilhadas,
Fugindo dessa abominável sombra!
Crendo ser esse transe, essa lombra,
A súplica das Almas confinadas
No asqueroso fosso do Inferno,
Sonhando reaver no mundo externo
A envaidecida Dor dos infelizes...
Mas súbito uma voz rude de trovão,
Murmura-me a gemer na escuridão:
Não existem corações sem cicatrizes!...
( Queiroz Filho )
Um espectro maligno me assombra,
Tapando-me a boca com a alfombra
De minhas ilusões tão desgraçadas...
E eis que vago por encruzilhadas,
Fugindo dessa abominável sombra!
Crendo ser esse transe, essa lombra,
A súplica das Almas confinadas
No asqueroso fosso do Inferno,
Sonhando reaver no mundo externo
A envaidecida Dor dos infelizes...
Mas súbito uma voz rude de trovão,
Murmura-me a gemer na escuridão:
Não existem corações sem cicatrizes!...
( Queiroz Filho )
Tens razão, meu caro, não existem corações sem cicatrizes... Mas há também feridas que nunca se fecham, e se acostumar com a hemorragia transbordante é o único remédio. Um coração assim sem estigmas, sem máculas aí sim seria um assombro!! Muito bom este seu soneto. Abraço!!
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