Te perdoo

Eu te perdoo, amor, pelo teu crime,
Pelo desprezo, pelo insulto, pela dor!
O ódio que eu matei, já te redime
Desse remorso inútil e enganador...

Não sejas de si próprio o traidor...
Se em teu leito a solidão te oprime,
É que viveste uma vida sem amor!...
O êxtase é o vinho mais sublime,

Decerto, meu amor, mas ele ilude
Quem dele a vida toda se embriaga,
Pois tira o que te deu: – A juventude!

E essa dor em nós jamais se apaga,
E se te dar adeus, nem isso eu pude,
É que inda tua presença me esmaga!...

(Laura Alves Coimbra)

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