A ferida

Contigo, meu qualquer, não mais me melo,
Cansei de confeitar as esperanças!...
Não temos, nem tivemos, nunca um elo!...
Os versos que pari são as crianças

Que eu gerei no ócio do duelo
De nossos egos cheios de vinganças!
Autênticos qual um lindo céu amarelo,
Aberto ao sol das vãs desconfianças!...

Tu me deixaste só nesse inverno,
Mais drástico que a honrosa falsidade
Que rege o teu caráter subalterno.

Sendo que eu te pedi só a lealdade
A simples lealdade ao amor fraterno,
Que lembra hoje de ti por caridade.

( Laura Alves Coimbra )

Comentários

Postagens mais visitadas