CÁ EMBEBIDO EM LÁGRIMAS SINCERAS

Cá embebido em lágrimas sinceras,
De rosto para o chão, amargurado!
Sentaste lentamente ao meu lado,
Espectro sepulcral; autor das feras

Que berram neste cérebro atado
Lá às Marcianas; Místicas esferas!...
Enquanto, entre cósmicas esperas,
Levo às mãos, meu sonho estraçalhado

Pelas cruéis e atrozes Hienas vis!..
Covardes pestes pútridas; malditas!
Ultrices deste Orfeu mais infeliz!...

Sem meigas Cantilenas inauditas...
Senão, só as mesmas lágrimas servis
Às mágoas d'outras mágoas infinitas!...

(Queiroz Filho)

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