O INSEPULTO AMOR QUE ASSAZ FLAMEJA

O insepulto amor que assaz flameja,
Na nossa ardente Alma emudecida!...
É o que nos vivifica e faz que eu seja 
O Amor maior de toda a tua vida!...

Se a morte da saudade, não se enseja,
Sou Fausto sem o Amor de Margarida!
Um vasto raio, aos olhos, me troveja!
Cá à mesa a alumiar-me a paz fingida!...

Ceder à Alma, a Glória de tocar-te!
Foi deste triste Amor, trágico lema...
Radiante estrela morta... Morta Arte!

Esta imortalidade é o meu dilema,
Que tu' Alma só em meu olhar se farte!
O teu sepulcro agora é este poema!

(Queiroz Filho)

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