DE NEFASTAS CALÚNIAS, TRAVESTIDO
De nefastas calúnias, travestido!
Ao meu pesar, me noto aferrolhado…
Pois neste torpe vício estou metido,
Por ser de ti, Razão, o condenado!
E hoje, que me escoas o sentido,
Inclino-me a viver mais engajado!
Da culpa, persuadindo, o ofendido,
Pendendo ao chão, o olhar apiedado...
Oh! Ovídio, Casa Nova e Balsac,
No Amor, sejam os meus arquirrivais!
Que eu serei Cyrano de Bergerac,
Oculto atrás de arbustos surreais...
A banhar o meu puído e verde fraque,
Da crueza de Roxanne: - Tú, jamais!...
(Queiroz Filho)
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